Na quebrada

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E se eu te disser que existe um projeto maravilhoso numa quebrada de São Paulo, que vivência o melhor dos mundos todos os dias, e que o constroem com as próprias mãos, e que o fazem juntos… Você acreditaria?

O Jardim Ângela é um bairro que ficou famoso na década de 90, por ter sido apontado pelas Organizações das Nações Unidas como um dos lugares mais perigosos do mundo. Mas hoje, passei um dia tranquilo no jardim Ângela, me encantando mais uma vez com os detalhes de um projeto social que nasceu da abundância e riqueza presente naquela comunidade.

Hoje o bairro é famoso por outros motivos, e me orgulho de conhecer cada vez mais de perto um deles. Um prédio, no final da rua 2, moram 7 famílias, um estúdio de música, um sistema de produção de biogás, dois chuveiros à base de energia solar, um sistema de coleta de chuva e se preparam para receber a cozinha que irá abrigar o novo projeto de produção de alimentos vegetarianos.

Não tem como não amar… cada vez que visito este lugar e estas pessoas volto com o coração transbordando de alegria, amor e fé na humanidade.

No domingo tem Samba na 2, com gravação de DVD ao vivo de prata da casa: D. Samanta, sambista de 70 anos.

Com certeza volto lá. Eu e outras 1.000 pessoas. E você, vem?

Vida leva eu… pro caminho certo

Conheci o Rodrigo Caçapa estudante de arquitetura, parte de um grupo incrível e talentoso de outros jovens de Recife. Através destes queridos amigos: Wagner, Bruno, Chico, Lula Boy, conheci a música mágica do Chico Science e Nação Zumbi. Lembro bem de ter visto este grupo, com seus chapéis de palha e bermudas longas, camisetas largas, dançando sob o pórtico da faculdade de Arquitetura da Bahia… Dançavam de um jeito que eu nunca tinha visto antes… dançavam e viviam. Lembro de ter pensado: ser jovem não é igual em qualquer lugar do mundo, em Recife é diferente. Talvez tenha sido a primeira vez que me imaginei no futuro, e sonhei ter um filho, uma filha, que nascesse em um lugar assim, onde ser jovem fosse também um caminho para se conectar às suas raizes. Engraçado isso… Acho que no fundo eu é que tinha vontade de ser assim.

A vida nos levou por não sei que caminhos, não nos encontramos mais, ou nos encontramos muito pouco. Lembro de ter ficado um pouco triste quando soube que Caçapa largou a arquitetura, e um bocado alegre quando soube que abraçou a música. A última vez que nos vimos foi em Recife, Leandro e eu conecendo Recife e Olinda e Caçapa nos apresentou o Maracatu. Voltei encantada com tudo o que vi e comi naquelas terras, a fava, a carne de sol com macaxeira, a tapioca com côco e quieijo… Hummmm…

Depois disso nos encontramos no Facebook, e hoje assisti um video, reconheço o sorriso, reconheço o olhar e me alegro por ouvir tanto saber de música. Escolha acertada me parece… Não sei se era bom arquiteto, mas como músico convence muito. Só fiquei curiosa para saber onde compro o cd.

Mais Lomografia e Chile, a mistura não é perfeita?

Todos devidamente protegidos com salvavidas… Um azul maravilhoso na água e no céu, encomendados especialmente para nós por Lili, Sacha e Nati. A água era gelada… Mas nossos corações estavam quentinhos.

Tanta beleza, tanto carinho… Essa viagem alimentou e continua alimentando a minha alma e as relações com essas pessoas que amo tanto: Lia, Leandro, Clara, Andreia, Nati, Sacha e Lili.

Adorei!

O que de fato importa

Ouvi numa pregação que uma certa pesquisa demonstrava que mais do que dinheiro, amor, ou sexo… o que mais faz as pessoas felizes é um certo senso de plenitude que alcançamos quando realizamos tarefas que nos propomos. Quem já não sentiu o divino alívio que vem depois que você finalmente faz a arrumação do guarda-roupa, ou risca da su alista de tarefas um item qualquer… Eu sem dúvida já experimentei isso.

Este fim de semana tive uma dessas realizações com o aniversário da minha filhota. Por um motivo ou outro, decidi que iria fazer uma coisa especial. Para isso encontrei pessoas maravilhosas que fizeram deste dia muuuito especial. E, claro, trabalhei de montão. No final foi maravilhoso ver os nossos amigos presentes, as crianças se divertindo… Me senti prosaicamente feliz.

Cada criança ganhou um monstro… quer dizer, alguns adultos também ganharam. Os monstros foram feitos com sobras de tecido e com roupas que o pessoal do escritório doou… eles não sabiam exatamente o que eu ia fazer, afinal de contas, nem eu tinha certeza se conseguiria realizar o desafio: um monstro por dia, para o aniversário de 3 anos da Lia!

Este monstro ficou com a Emi, muito especial por que foi feito com uma blusa que amava, me lembrava muito uma época maravilhosa da vida e uma viagem especial para o Uruguai. Foi em 1998, nesta viagem conheci meu grande amigo Fernando Velazquez, conheci o Uruguai, convencemos, Rodrigo Rubido e eu, uma funcionária do aeroporto a trocar um de nós de vôo para viajarmos juntos… sem pagar um tustão. Era blusa, virou lembrança e carinho para uma amiga… carregado de história…

A minha bela logo escolheu o seu monstro, e ficou feliz no meio deles todos!

Mas mesmo assim perguntou: mamãe… e as flores? O ano passado você fez flores… esse ano não vai ter?

Acredita?! Pois é nada é bom o suficiente, por isso mesmo é melhor começar a pensar como será o próximo aniversário e o que vai fazê-la feliz, afinal… isso é o que de fato importa!