Princess Shaw

Ontem de forma descuidada acabei lendo um artigo muito bom na internet, mas desses que deixam o olhar da gente mais sombrio. Me peguei o dia inteiro carregando o peso da preocupação com  o futuro do mundo, e o desânimo da desesperança. Em pleno domingo? Sério?!

Pois é… Mas é quando menos se espera…

Fui assistir um filme totalmente desavisada, e encontrei alimento para a minha alma. Eu sou uma dessas pessoas que acredita (mesmo!) em tudo de bom que há na humanidade, tenho provas constantes de que somos (também) capazes de criar maravilhas.

Meu coração não cabe em mim cada vez que lembro deste ser humano: Kutiman. Ele é um cara, de Israel, que navega pela internet ouvindo músicas e sons, pega tudo isso, recorta e remonta criando belas sinfonias a partir do que muita gente de forma muito generosa pôs no mundo. E ele arremata sua bela obra de arte com elegância compartilhando todos os links dos trabalhos originais. Eu achei isso genial. Maravilhoso. Apaixonante.

Pois… Alguém disse que enquanto vemos imagens e músicas na internet, o Kutiman vê notas musicais. Eu discordo. Eu desconfio que além das notas ele enxerga histórias, e beleza. E é esta beleza que ele compartilha conosco.

Conheci o trabalho do Kutiman por causa do “Presenting Prices Shaw”, um filme um tanto estranho se a gente começa a se perguntar como é que foi feito… Mas deixando essa parte para lá, não tem como não se apaixonar por esta mulher que teve sim uma história cheia de dor e sofrimento, mas cuja alegria e a capacidade de amar são pungentes. Isso fica claro para mim quando ela encontra a ex-namorada, Olivia. Quando encontra pessoas pela rua, quando assiste outros músicos se apresentarem. Sempre fico muito grata e inspiradas por pessoas que mesmo tendo sofrido as maiores brutalidades, mantém a força de seguir amando. Samantha é assim. E sua alegria e charme me lembram muito alguém que amo demais!

Kutiman fazendo o que faz de melhor dá um presente para esta mulher que é como um cobertor quentinho em uma noite chuvosa e fria. É puro amor o que ele faz com a música da Princesa. Eu senti todo esse amor aqui.

Acho que vai demorar muito tempo (espero que sim), para que essa emoção se desvaneça em mim. Desde ontem ela me toma inteira. E eu me sinto mais viva, sabendo que existe gente por ai a fora que alimenta sonhos, que sente medo, que sofre, que ri por bobagens, que valoriza a amizade… Eu vi a estória da Samantha, e não posso deixar de pensar que cada nota naquela canção, carrega em si ao menos uma história… me perco em pensamentos imaginando quem são, caio no sono apaixonada pela humanidade.

Sobre o tempo das coisas

Então é assim… Ando às voltas com as motivações, sonhos e valores da criação de uma nova escola. Um processo lindo e desafiador que tem trazido presentes maravilhosos, alguns inesperados. Como este que recebi hoje.

Não tive o previlégio de estudar em uma escola Waldorf, mas frequentei uma escola no ensino fundamental que me inspirou desde sempre, que fortaleceu a minha alma, que alimentou a minha curiosidade e que, de formas que nem consigo explicar, transformou a minha vida. Escola Joana D’Arc, em Paripe.

Das minhas professoras lembro bem, com clareza: Aua na salinha da frente, com o cheiro de giz de cera; Hermínia com as histórias, os contos de fada que me transportaram;  Perpétua e as palavras, o caderno de brochura, a cópia; Edna, na turma que me senti mais desafiada,mas também onde aprendi para sempre o amor à matemática e finalmente Vanda. Com ela as minhas lembranças são meio embaralhadas, me lembrava uma estrela, tive sempre muita admiração pela mulher esguia e desenvolta.

Não lembro de ter tido qualquer conversa sobre gênero ou etnia com ela… mas de alguma forma senti sempre que estes temas pertenceriam a um espaço entre nós duas.

Engraçado que seja assim, que a intuição infantil tenha respostas que atravessam o tempo, o saber, as pessoas. Hoje é a própria professora Vanda quem compartilha comigo a sua história, o seu sonho. E me sinto privilegiada por ter vivido e sido parte dele.

Pelos corações bobos, o meu entre eles

Fico pensando nas histórias de amor que cederam lugar àquelas outras histórias de amor que estão nos finais felizes dos livros de história. E lembro da primeira reação que tive quando descobri a grande mentira. Existe sim, mais do que um grande e verdadeiro amor para cada um de nós. E pasme, podemos ser felizes, outra felicidade que não será vivida com um nosso grande amor. Fiquei indignada, eu era o tipo de menina que aprendeu sobre o amor lendo Sabrina. acreditei que a felicidade estava definitivamente ligada ao acaso e ao destino e claro à magia e que uma vez diante deste grande amor o futuro (feliz) só poderia ser um. Hoje sou mais velha, não muito mais sabida, mas aprendi umas “cositas”. Talvez seja por isso que meu coração anda carregado de esperança e crença vendo histórias de amor que vão tomando rumos diferentes do que sonhamos. O chavão tem seu valor: o tempo tudo cura. Mas e quem quer ser curado, me diga? O amor, meus amigos, não é para fracos, é preciso um coração bem macio para acomodá-lo. * por Val que vive uma história de amor longa, desafiadora e belíssima. Sabendo que mesmo com todo amor, não há garantia alguma. 

Gosto de te ver ao sol leãozinho…

Uma das coisas maravilhosas da casa nova é a luz que invade o apartamento. Ela faz tudo mais bonito, a casa luminosa… e hoje de manhã o maridão deu esse presente para as meninas: banho de sol na sala de estar!

Ordinary people, extraordinary love

In my opinion, love is always extraordinary, even when it is calm, even when it is casual, even, and mainly, in the little details of an everyday life.

What an unlike adventure: two souls to meet in this huge universe and, against all chances, be able to deal with the differences, the moods, the every day poison which insists in taking away the naive colors of romance.

So when you see people kissing each other passionately on the streets, as we’ve seen this week… it might be an ordinary love expressing all its glory and (why not?) magic.

I loved to see these images today.

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The love wich reachs me from a distance

Tonight, after a long day of work, with a terrible headache reminding me that a sinus crisis is on its way… I got home to realize that tomorrow is my daughter’s party at school ( São João!)… And that I need to get somethings done: the braids for the hat, the ribbons for the hat and the dress… the works! All to make her  the prettiest “caipirinha” I’ve ever seen.
So, I finish everything by 10 p.m.
And all the sudden… I realize my mom did the same thing many times… I never realized it. I never noticed, never thought about all that it took to  wear all those beautiful dresses she always made me. But I realize that even more than work, it took a lot care, a lot of love.
And suddenly I feel it all over, so much love, crossing time and distance to embrace and comfort me.
Thank you mom! I love you too!

*tomorrow the pictures of my caipirinha.

***

Hoje a noite, depois de um dia longo de trabalho, com uma dor de cabeça terrivel me lembrando que uma crise de sinusite está a caminho, chego em casa e lembro que amanhã é festa de São João na escola da minha filha… E claro, preciso arrumar os laços de fita para o vestido e para o chapéu, tranças para o chapéu (detesto essas novas tranças finas demais… resolvi fazer as minhas), ahhhh e o bolo de aimpim! Enfim, às 10 da noite termino de fazer tudo, quase tudo… acordo as 6 da manhã para assar o bolo!

E de repente me dou conta: quantas vezes minha mãe fez isso? Nunca notei, nunca me dei conta. Nunca me perguntei o que custou a ela, para que eu tivesse o vestido mais bonito e mais bem feito da festa. Mais do que o trabalho, agora tenho certeza,  que custou muito cuidado, muito carinho, muito amor!

E de repente me sinto rodeada por todo esse amor. Um amor que atravessa o tempo e a distância para me abraçar e confortar.

Obrigada mãe! Também te amo!

*amanhã posto fotos da minha caipirinha.