(IN) Acessibilidade

Tente ir ao banco nos dias de hoje.

Quer dizer, tenha um filho e tente ir ao banco nos dias de hoje, e você vai ver que aventura!

Vamos começar pelo atendimento prioritário: na maior parte dos bancos esse atendimento é para idosos, gestante, pessoas com criança de colo e pessoas com alguma deficiência física. No Bradesco o atendimento inclui as lactantes (pessoas que estão amamentando), neste caso, eu perguntei pra pessoa que me atendeu, como eu provo que sou lactante? Juro que estava esperando ela dizer: “é só mostrar o leite saindo do peito, oras”. Ao invés disso ela só ficou meio sem graça e disse que isso era óbvio para as lactantes que vinham receber a licença maternidade. Eu ia perguntar das outras, as que vem pagar a conta de água, luz ou telefone, mas acabei deixando pra lá. #afilatemqueandar.

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Mas e na hora de entrar no banco?

Muito antes de entrar no banco você precisa:

  • Encontrar um lugar para estacionar;
  • Encaixar o bebê conforto no carrinho ou, se você não tem essa mordomia, tirar o bebê do bebê conforto e colocar no carrinho;
  • Enfrentar as calçadas irregulares até chegar ao banco.

Tudo bem até aqui?

Então agora temos as seguintes opções, vou começar por onde fui mais bem atendida:

Bradesco:

Ao chegar à famigerada porta giratória, o segurança chama um funcionário do banco que abre uma porta para você! Sem nenhuma burocracia ou demora, de fato uma cidadã com acesso ao banco… nesse dia fiquei me sentindo!

Santander:

Do outro lado do vidro, o segurança olha para você e faz tsc-tsc-tsc balançando a cabeça.

Eu: O quê? 

e ele: “O carrinho não pode entrar!”

E eu arregalando os olhos: “o que???!!!!!”  – Na minha cabeça passam os cifrões do quanto custou o carrinho que agora tenho que deixar desprotegido do lado de fora. Acho que Lia (4 anos), pensou a mesma coisa, porque disse imediatamente: “vou ficar aqui, de olho no carrinho”. Eu tive que rir e dizer: “muito mais valiosa que o carrinho é você meu amor. Você entra comigo”. Ela não se convenceu, ficou grudada no vidro, pelo lado de dentro do banco, de olho no carrinho.

Claro que la dentro eu quis falar com a gerência, ouvidoria e o diabo. Afinal eu também pago meus impostos! (quando consigo entrar no banco)

Caixa Econômica:

Aqui é um meio termo: lactante também é gente e pode entrar no banco… mas vai que é uma bandida e tem uma bomba no carrinho? Por isso eu e Lia passamos pela malfadada porta giratória e o segurança passou o carrinho com bebê e tudo, pela outra porta. Ufa! Corri do outro lado para pegar minha menininha dormindo no carrinho.

No final das contas meu conselho é: Não vá ao banco com um bebê!

Casamento Filipino

Sempre usei o termo “relações abusivas” para descrever aquelas relações em que um dos envolvidos impõe suas vontades e valores ao outro. Tive conversas infinitas com amigas sobre como sair de relações amorosas desta natureza.

Pois é… Agora sou eu quem me encontro em uma dessas relações e sem enxergar uma saída para a situação. Já vou esclarecendo que a relação não é de natureza amorosa… estou falando do meu caso com a COMGÁS.

A relação já começou mal: é arbitrária, o casamento é arranjado, e eu a noiva submissa, sigo para o altar com o mesmo ânimo que iria ao meu funeral.

***

 No dia 17 de Agosto, entrei em contato com a COMGÁS e solicitei a ligação do gás na minha residência, no início – como em todo início – fiquei encantada: meu atendimento foi agendado para o dia seguinte!

No dia seguinte o “gasista” foi à minha casa, mas não conseguiu fazer a instalação. Frustração… Ele não deixou um relatório sobre as razões da não-instalação, apenas comentou com o zelador do prédio, que a instalação da tubulação não estava correta. Entrei em contato com a COMGÁS no mesmo dia para saber detalhes do que fazer, mas o “gasista” ainda não havia entrado em contato para encerrar a nota de serviço.

Ah… tudo bem, ele não teve tempo ainda… acho que ele teve um dia cheio. A atendente me informou que o prazo para encerramento da nota era de 24 horas.

Pois é… hoje é quarta-feira, dia 23 de Agosto. A nota de serviço ainda não foi encerrada, estou a 24 minutos no telefone com o atendimento da COMGÁS e continuo com a sensação de que de que estou sendo enganada. Como o prazo para encerramento da nota de serviço: 48 horas… úteis. Eu não estou familiarizada com esta terminologia e pergunto à atendente o que são 48 horas úteis, porque o prazo de 48 horas já venceu… a não ser que só esteja contando as horas comerciais do dia, o que daria à COMGÁS um prazo de 6 dias úteis para encerrar o nosso casamento, digo a nota de serviço.

Não sei porque acabei de lembrar da minha colega de quarto das Filipinas… naquele país os casamentos são indissolúveis e os dois únicos motivos aceitáveis para encerrar um casamento são a morte ou a loucura.