Estou no Brasil, em 2013. Todos os dias fico um pouco mais cansada das noticias que mostram tudo de pior que o mundo tem. Tempero com esperança, tempero com amor, tempero com crença e vou em frente.
O preço do transporte está pela hora da morte. A gente se acostuma a dizer isso enquanto tira do bolso os três reais para pagar e seguimos, eu sigo, acreditando que vivo em um país onde tenho o direito de dizer o que penso.
Mas hoje vi que não. Eu que defendo a não violência como base para qualquer RELAÇÃO, qualquer, me choco ao ver a violência institucionalizada, fardada, legalizada sendo usada contra meu vizinho, meu amigo, meu colega, eu. Sim, porque aquelas pessoas que estão lá na Paulista, são iguaizinhas a mim: sentem dor, comem, bebem… São mãe, ou pai, ou filha, ou irmã. São gente.
O uso da violência é em última instância um sinal claro da falta de tato, de inteligência, de humanidade no trato das relações humanas. E me assusta, ainda mais, quando isso acontece no centro do mundo diante dos perplexos olhos de cada um de nós.
O que fica no final de tudo é uma tristeza, raiva, indignação muito grande ao ver um aparato destes sendo usado não para proteger pessoas, mas para proteger interesses, para proteger capital, em detrimento da vida.