Um jogo ou um projeto urbano?

Texto publicado no blog do Instituto Elos dia 22 de Junho de 2011, uma reflexão sobre aspectos de jogo presentes em um projeto urbano de áreas de estacionamento em San Francisco.

Guerreiros Sem Armas são arquitetos, jornalistas, advogados, líderes comunitários, inventores, cantores, malabaristas, estudantes… Guerreiros Sem Armas são gente que escolheu mudar o mundo, todos os dias.

Jay Primus é Guerreiro Sem Armas 1999. Americano, viveu e trabalhou no Brasil, sempre interessado nas questões urbanas, mais especificamente aquelas relacionadas ao trânsito. Desde 2008 se dedica a um projeto em busca de soluções de estacionamento em San Francisco. O desafio que pode soar desinteressante à primeira vista, deu origem a um projeto criativo e inovador: o SF Park, que surpreende pelo casamento entre diferentes estratégias e ferramentas de gestão urbana aliadas a um ferramental altamente tecnológico.

O projeto é altamente interativo e estimula o tempo inteiro o cidadão a analisar suas opções e tomar decisões. A cidade é compreendida como um organismo vivo onde os cenários se modificam constantemente. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência!

Toda vez que alguém se dirigir ao centro de San Francisco poderá checar em um site se existem vagas de estacionamento disponíveis na rua, isso é possível graças a sensores instalados ao lado das vagas, informam ao sistema quando a vaga está livre. Essas informações são utilizadas para atualizar os custo do estacionamento por zonas, e também influencia o preço das garagens pagas, um video, em inglês informa como o projeto funciona de maneira clara, objetiva e lúdica.

Encontrei no processo diversas semelhanças com um jogo: diferentes níveis de desafio, imprevisibilidade, objetivo e meta (estacionar seu carro!)… E o jogador, digo, o motorista, conta com informações on-line e aplicativos para celular na hora de tomar a decisão: vou de carro ou vou de ônibus? Até o vídeo de apresentação do projeto lembra aqueles jogos eletrônicos representados em 2D na década de 80.

Por trás de um trabalho que aborda um dos temas mais difíceis para os grandes centros urbanos, estão elementos básicos de mecânica de jogo, utilizados aqui a serviço da humanidade.

Uma das características mais inovadoras e ousadas do projeto é a atualização em tempo real das informações relativas à disponibilidade de vagas  na cidade e o impacto disso nos preços de estacionamento: Ao mesmo tempo que os valores aumentam em locais onde estacionar é difícil por causa da demanda, os preços caem em áreas onde sempre existe disponibilidade, essa variação de preço é diretamente influenciada pela escolha feita pelos motorista. O comportamento do cidadão tem um impacto direto sob a realidade e o afeta.

Estacionar nunca foi tão interativo!

Se você é um cético sobre a utilidade dos jogos na resolução sugiro o desafio de assistir à apresentação do SF Park sob essa ótica, se ao contrário faz parte da ala entusiasta dessas discussão, a próxima oportunidade para aprofundar o tema acontecerá durante o HUB Escola de Inverno em uma das atividades oferecidas pelo Instituto Elos no dia 16 de Julho às 14:00h, apresentada pelo Guerreiros Sem Armas 2009 Paulo Farine.

Bom jogo, boa sorte!

Val Rocha

Playing to Change the World?

This post was originally published at Instituto Elos’ blog, on April 9th 2010 … an essay about games and its potential as toll for social transformation.


We’re spreading the idea that changing the world is not only possible but can be fun. It seems like many people—many serious people—agree.

“Playing is the highest form of inquiry.”

Einstein said that—yes, Einstein, the one who formulated the theory of relativity. This quote comes to life in Jane McGonigal’s inspiring, passionate, and vibrant talk.

The Institute for the Future’s game designer is convincing, be it in front of a large audience or wearing her blue wig in front of a webcam. Her goal for the next decade is ambitious: to make saving the world in real life as easy as a virtual game. I believe her… Take a look at what she’s done to fulfill this goal.

“In order to solve urgent problems like hunger, poverty, climate change, obesity, global conflicts, we need to play close to 21 billion hours a week until the end of the next decade.” This amount is 7 times what it is now. And many think that too much time has been wasted playing games.

You may be asking yourself: Is this really what she’s proposing? Is she serious? Encouraging young people to spend even more time in front of the computer, playing?

Yes. She’s very serious, and I started paying special attention when she begins to describe player’s attitudes, attitudes I’d like to see in myself in real life more often. During a presentation the audience of TED, the designer describes players’ attitudes in facing the challenges of the game: they are ready to help anyone who needs it, determined to solve the problem no matter how much time it takes, and, more importantly, faced with an obstacle or defeat, they are always ready to try again. In a game, McGonigal says, we get closer to the best version of ourselves.

Changing attitudes through games

Players are adventurous beings: they calculate, take risks, plan, and execute. We are more creative, efficient, and focused when we play. How do you transfer that entrepreneurial, and truly innovative, attitude from the screen to life?

Jane’s proposal is tempting, and her call is convincing: creating games that can encourage people to invent solutions to challenges that directly affect them, in their daily lives.

An example is the World Without Oil (WWO) game. The backdrop is the first 32 weeks of a world without petroleum. A citizen commission is created to map and register all events and also to share solutions.

The online experience brings together all basic elements of a game: goal, rules, challenge. Two characteristics of cooperative games go into the mix: there are no losers, winners, or rewards, and playing well generates benefit for the whole community. The final result is a show of the potential of collective intelligence; a laboratory for hypotheses created by thousands of minds.

The best of all, according to the researchers involved in the project: participating in the game engenders an attitude transformation in players’ real lives.

“For me, here and now, I’m a different person thanks to WWO. I’m a lot more aware of how fragile the thread that sustains my lifestyle is. I’m making changes, but I still have a long way to go. But I AM changing, and that means that to me, WWO was a success.” Mtalon (player)

In another venture, McGonigal and a team of experts present a world possible in the year 2019. Players have the challenge of thinking of and showing ways to live in this world. It’s a game full of constructed and very plausible details. Superstructure was on the air from 6 October to 17 November 2008, and at the end presented reports on the principle insights and strategies created by the players to face the Superthreats invented by a team of 25 specialists.

The last challenge proposed to the world through her games was to create solutions for the real problems the world faces, the name of the game is Urgent Evoke.

With impeccable aesthetics, in Evoke, the Institute for the Future has constructed narratives so solid and challenges so close to daily life that it’s not hard at all to enter the reality of the game.

A course for changing the world that lasts ten weeks: that’s the description you’ll find on the website. The goal is to empower youth all around the world, but especially in Africa, incentivizing them to find solutions to the most urgent problems today.

The first round of Urgent Evoke ended on 12 May, when participants graduated as the first class of the Urgent Evoke network.

The virtual game ends, the real change begins

Urgent Evoke is different from previous games in that it directly connects to real transformation. The last task in the game, the Evokation, is an action plan, a clear description of a project to be implemented. Completing the Evokation gives players the chance to receive:

  • Online orientation by executive leaders and social innovators;
  • A scholarship to participate in the first Evoke workshop in Washington DC;
  • Seed grant to start your social enterprise

This strategy is directly linked to the approach of the World Bank, developer of the game created under McGonigal’s direction. Not everything is roses—throughout the research project, I didn’t find a way for non-English-speakers to participate in the game and discussions. I hope this is corrected because in the end, people want to change the world in many languages and dialects.

If you are like me, you’re dying of curiousity to know where this is all going to take place… Keep your eyes opened for more.

Val Rocha

Agente Urgent Evoke

Translated by Juan Carlos Cardoza-Oquendo


Jogos ganham cada vez mais espaço como ferramenta de transformação social

Texto publicado no blog do Instituto Elos, em 13 de Maio de 2011, mais uma vez com o tema Jogos como ferramenta de transformação.

por Val Rocha

Os jogos como ferramenta de transformação vêm se tornando um assunto recorrente por décadas. O que tem chamado a atenção ultimamente é o interesse de corporações, agências financiadoras e governos pelo tema. Nomes como Jane Mcgonigal e Asi Burak popularizaram o tema com as suas aparições no TED, e trazem à luz novos elementos sobre os jogos que são capazes de derrubar preconceitos a cerca da sua influência sobre os jovens e as crianças.


Organizações como a Games for Change e Social Chocolate, desenvolvem jogos que se apresentam à sociedade como uma alternativa inovadora para a criação de estratégias e soluções para questões que afligem a humanidade. A lógica por traz deste argumento é simples: através da simulação de situações reais os jogadores têm a sua criatividades estimulada e, por tentativa e erro, acabam por se deparar com idéias geniais para resolver problemas como a fome e a violência. O maior motivador para o desenvolvimento destas idéias é o prazer, intrínseco à atividade de jogar.

Asi Burak acredita que a atitude de uma pessoa no jogo pode ser transferida para a vida real e desta forma, estimular que cada vez mais pessoas se tornem protagonistas na proposição de estratégias para o melhor dos mundos. A utilização dos jogos como elemento de aprendizagem é uma realidade no Brasil, principalmente no contexto corporativo com empresas e profissionais experientes como a Via6B e o Projeto Cooperação, e, aos poucos, vai surgindo como uma alternativa para ser utilizada na educação.

Claro que o universo de aplicativos desenvolvidos com este objetivo é ainda uma minoria na industria milionária de jogos eletrônicos, mas também é verdade que surgem cada vez mais fóruns para estimular o seu crescimento. Este é o caso do Festival Anual de Games for Change que, na sua oitava edição, será aberto por Al Gore, em junho de 2011 na cidade de Nova York. No Brasil, a comunidade de designers e desenvolvedores de jogos se prepara para o evento correspondente que acontecerá em Salvador no mês de novembro organizado pela brasileira SBGames.

Ambos os eventos têm um grande foco em jogos digitais, mas estão abertos aos jogos de outra natureza. Se não quiser esperar até lá, clique aqui e brinque de mudar o mundo agora mesmo!

Jogando para mudar o mundo?

// Texto publicado no site do Instituto Elos em 09 de Abril de 2010, meu primeiro texto sobre jogos… Amei fazer!


// Andamos espalhando por ai a idéia de que mudar o mundo não apenas é possível, como pode ser divertido. Parece que muita gente, muito séria, partilha dessa opinião.

“O jogo é a mais elevada forma de investigação”

Quem disse isso foi Einstein, aquele mesmo, da teoria da relatividade. E esta frase revive no discurso inspirador, apaixonado e vibrante de Jane McGonigal.

A designer de jogos do Institute for the Future convence, seja falando diante de uma grande audiência, seja usando sua peruca azul diante da webcam. Seu objetivo para a próxima década é ambicioso: fazer com que salvar o mundo na vida real, seja tão fácil quanto em um jogo virtual. Se eu fosse você não duvidava… Saiba o que ela tem feito para tornar esta meta realidade.


“Para resolver problemas urgentes como fome, pobreza, mudança climática, conflitos globais, obesidade, precisamos jogar por cerca de 21 bilhões de horas por semana, até o fim da próxima década.” Este número é simplesmente 7 vezes maior do que o praticado atualmente. E muita gente já considera tempo demais perdido com jogos.

Talvez você esteja se perguntando: É isso mesmo? Ela está falando sério? Estimular os jovens a passar ainda mais tempo diante do computador, jogando?

Sim. Ela está falando seríssimo, e passei a prestar atenção no momento em que começa a descrever atitudes dos jogadores que eu gostaria de reconhecer mais vezes em mim mesma na vida real. Durante uma apresentação para a platéia do TED a designer descreve a atitude do jogador diante dos desafios do jogo: disposto a ajudar quem precisa, dedicar-se a resolução do problema pelo tempo necessário e o mais importante, diante de um obstáculo ou derrota, o jogador está sempre disposto a tentar de novo. No jogo, diz McGonigal, nos aproximamos da melhor versão de nós mesmos.

Mudando de atitude através dos jogos

O jogador é um ser intrépido: calcula, arrisca, planeja, executa. Jogando somos mais criativos, focados, eficientes. Como transpor essa atitude empreendedora, inovadora mesmo, da tela para a vida?

A proposta de Jane é sedutora e o apelo é convicente: criando jogos capazes de provocar as pessoas a inventar soluções para questões que as afetam diretamente no seu cotidiano.

Um exemplo é o jogo World Without Oil–WWO ( Mundo Sem Petróleo). O cenário são as primeiras 32 semanas em um mundo sem o precioso ouro negro. Uma comissão de cidadãos é criada para mapear e registrar todos os acontecimentos e também para compartilhar as soluções.


A experiência on-line reune os elementos básicos de jogo: objetivo, regras, desafio. À receita adicionou-se características dos jogos cooperativos : não existem perdedores, não existem ganhadores ou prêmios e uma boa jogada de uma pessoa gera benefício para toda a comunidade. O resultado final é uma mostra do que a inteligência coletiva é capaz de; um laboratório de hipóteses criado por milhares de mentes.

O melhor de tudo, segundo os pesquisadores envolvidos com o projeto: a participação no jogo gerou transformação de atitude na vida real dos jogadores.

“Para mim, aqui e agora, sou uma pessoa diferente graças ao WWO. Sou muito mais consciente da fragilidade do fio que sustenta o estilo de vida que mantenho. Estou fazendo mudanças, mas ainda tenho um longo caminho. Mas EU ESTOU mudando, e isto significa que para mim, o WWO foi um sucesso.” Mtalon (jogador)

Em outra aventura, McGonigal e uma equie de experts apresenta um mundo possível no ano de 2019, enquanto os jogadores são desafiados a mostrar formas de viver nesta realidade. Um jogo rico em detalhes construídos com muita veracidade. O Superstructure foi ao ar de 6 de outubro a 17 de novembro de 2008 e no final apresentou relatórios com os principais insigths e estratégias criadas pelos jogadores para enfretar asSuperameaças criadas por um time de 25 especialistas.

Se você ficou com vontade de embarcar em uma dessas aventuras, aceitar um desafio e criar soluções para problemas reais do mundo, a bola da vez é o Urgent Evoke.

De estética impecável, no Evoke o time do Institute for the Future constrói narrativas sólidas capazes de nos transportar ao mundo do jogo, ao mesmo tempo em que traz à tona questões tão cotidianas, que embarcar nessa realidade não é nada difícil.


Um curso de mudar o mundo, que dura dez semanas, essa é a descrição que você vai encontrar no site. O objetivo é de empoderar jovens em todo mundo, mas especialmente na Àfrica, incentivando-os a encontrar soluções para os mais urgentes problemas sociais da atualidade.

A primeira sessão do Urgent Evoke termina no dia 12 de Maio, quando os participantes se graduarão, como a primeira turma da rede Urgent Evoke.

Termina o jogo virtual começa a mudança real

O Urgent Evoke se diferencia dos jogos anteriores, pois faz uma ponte direta com a transformação real. A última tarefa do jogo, a Evokation, é um plano de ação, uma descrição clara de um projeto a ser implementado. A entrega da Evokation dá ao jogador a chance de receber:

  • Orientação on-line de líderes executivos e inovadores sociais;
  • Bolsa para participar primeiro seminário Evoke em Washington DC;
  • Fundo semente para iniciar seu empreendimento social

Essa estratégia está diretamente ligada ao modos operandis do Banco Mundial, desenvolvedor do jogo criado sob a direção de McGonigal. Para não dizer que tudo são flores, ao longo desta pesquisa não encontrei forma para os não falantes de inglês participarem do jogo e das discussões, espero que isso seja corrigido, afinal a gente quer mudar o mundo em muitas línguas e dialetos.

Se você como eu, está morrendo de curiosidade para saber aonde isso tudo vai dar… basta esperar até 12 de maio para descobrir. A dúvida é, você vai esperar de fora, ou vai entrar neste jogo?

Val Rocha

Agente Urgent Evoke


The Air Game

words

If you were a Warrior Without Weapons 2007, you would know I am not exagerating when I say this group was very verbal. Gosh we could talk! In the Fire Councils we inaugurated the tradition of translating the words in the languages of all people present, including the dialects. That’s why the story I am about to tell you moved me so much.

The night before the air game, I was tired… I looked for a light, thin, small bamboo, to make my flute… I don’t remember who helped me out, but I sure had some help to make my only flute, maybe that’s why I had the time to observe the ability of Bane, who made many and distributed them among those with less ability, or as tired as I was.

If you knew me (but only if you knew me really well), you would know I love to walk in the woods, especially if we are talking about going up hills and mountains, I love to go up high – I have to say that this feature of mine relies under layers of inertia, a sedentary life and God knows what else.

That explains why I was so happy in the air game day… that’s why I didn’t feel tired, I didn’t fear the snakes, and I didn’t notice the guide explaining the orchids… I was in touch with my inner world, with the exuberance of the woods outside, with the proximity of the blue sky, with Manu’s smile… In this day we talked – Manu and I – we got closer to each other, I remember well.

The highest point of the day for me was when, after we got to go around the circle 7 times – sounds a lot now – blowing our bamboo flutes, kaka asked if anyone had anything to say. I searched in the place where I usually find my words and they were not there… so I went a little deeper, where I search the words for special moments… nothing! I went even deeper, in a place inside were I rarely go and where, usually, what I find there is not easy to verbalize; this place was still full, but quiet… a warm and cozy silence. I stood there enjoying this moment, till I realized no one… I mean NOT EVEN A SOUL had anything to share.

Immediately I knew something was going on, I can’t say it was magic, but certainly special. And it was happening for all of us.

After that, Kaka explained that the game we just played “cleaned” a generation of words of our minds, every time we completed a round around the circle. End boy, we completed many! He also mentioned that the slight torpor we felt in our mouths would help us to think more before speaking, and speak more from our hearts.

This game really got me… every now and then I remember it, and try to keep my mouth connected to my heart… It is not easy… not at all! But trying fells kind of good.

O dia em que perdi as palavras


Se você foi Guerreiro Sem Armas 2007, você sabe que eu não exagero quando digo que este grupo era verbal. A gente falava pra valer! Nos fogos de conselho inauguramos a tradição de traduzir as palavras em todas as linguas dos presentes, inclusive nos dialetos indígenas e tribais. Por isso a experiência que vou contar me marcou tanto.

Na noite anterior ao jogo do ar, eu estava cansada… procurei um bambu levinho, fininho para fazer a minha flauta… Não lembro bem quem me ajudou, mas com certeza tive ajuda para fazer a minha única flauta, talvez por isso tive tempo de me maravilhar com a habilidade de Bane que fazia várias e distribuia para aqueles com dificuldade ou cansaço (como eu).

Se você me conhecesse (mas só se conhecesse muuuito bem) ia saber que adoro andar pelo mato, e em especial subir morros, montanhas… adoro subir – é verdade que esta faceta da minha personalidade está escondida sob camadas e camadas de sedentarismo, inércia e sei lá o que mais.

É por isso que eu estava feliz no dia do jogo do ar… Por isso não me senti cansada, não tive medo de cobra, não notei o guia explicando as orquideas… Estava em contato com meu mundo interior e com a exuberância da mata, com a proximidade do céu azul, com o riso da Manu… Neste conversamos Manu e eu, chegamos mais perto uma da outra, eu lembro bem.

O momento mais forte do dia para mim foi quando, depois de conseguirmos dar 7 voltas (?) – parece um exagero…- soprando nossas flautas de bambu o Kaká perguntou se alguém tinha alguma coisa para dizer. Eu procurei onde em geral encontro as palavras e elas não estavam lá… fui um pouco mais a fundo, onde busco palavras só para aqueles momentos especiais… nada! Fui mais fundo ainda, num lugar em que vou poucas vezes e que em geral o que encontro lá não é fácil de verbalizar, este lugar estava cheio, mas quieto… Um silencio morno e confortável. Fiquei lá desfrutando até que percebi que ninguém… NINGUÉM MESMO tinha nada para compartilhar.

Eu soube imediatamente que estava acontecendo alguma coisa, não sei se mágica, mas certamente especial. E acontecia com todos nós.

Depois disso o Kaká nos explicou que o jogo que acabaramos de jogar “limpava” a cada volta que dávamos, uma geração de palavras da nossa mente. E nós demos umas quantas voltas! Ele mencionou também que o leve torpor que sentíamos na boca nos ajudaria a pensar mais antes de falar, e falar aquilo que vem do coração.

Esse jogo mexeu muito comigo… de vez enquando lembro, tento manter minha boca conectada ao meu coração… Não é fácil. Não é nada fácil… Mas é bom tentar.

Meu nome é val e assim eu falei, HEY!

Guerreiros Sem Armas 2009 – O processo de seleção começa agora!

Você quer mudar o mundo?

        Estamos abrindo inscrições para os Guerreiros Sem Armas 2009. O objetivo do programa é munir jovens engajados, com subsídios que os ajudem a implementar projetos em suas comunidades, de forma cooperativa, respeitando a identidade própria de cada lugar. A edição 2009 acontecerá em Santos, de 05 de Janeiro a 05 de Fevereiro.

Você conhece alguém que quer mudar o mundo?

        Você pode contribuir divulgando o programa: Visite o nosso blog www.guerreirossemarmas.net e saiba como participar, convide seus amigos para fazer o mesmo, principalmente aqueles que estão trilhando o caminho de partir para a ação concreta e construir já, a mudança que queremos ver no mundo. Visite o site, assista o vídeo, deixe a sua opinião. Contamos com você em mais esta empreitada!

Realização

Apoio

  www.guerreirossemarmas.net
www.guerreirossemarmas.wordpress.net

Olha o video dos Guerreiros Sem Armas ai gente!

O video eh lindo, e te da uma ideia do trabalho do Elos, e qual o nosso jeito de mudar o mundo… agora mesmo. Aproveitem. Beijos,

 

 

O que é blog mesmo?

Pois é… se da para simplificar…

Lee LeFever, esse é o cara.

Ele explica tudo tim-tim por tim-tim, como se a gente tivesse 5 anos de idade. Ele é fundador e diretor da Commom Craft Show – uma série de vídeos explicativos curtos feitos por Lee e Sachi LeFever, com o objetivo de se opor à complexidade usando ferramentas simples e uma linguagem direta. O formato é chamado “paperworks” (trabalhos de papel) e publicam cerca de um vídeo por mês.

O primeiro vídeo que conheci fala sobre como funciona e qual é a dos blogs… é o máximo, veja ai: